Sigatoka Negra, estado da arte e perspectivas de manejo sob a ótica agroecológica.
Fitopatologia; Cultura da Banana; Controle Biológico; Manejo Agroecológico.
A banana é fruta mais popular e mais consumida no Brasil. A fruta é de importância econômica e representa fonte de alimento para as classes sociais mais vulneráveis. O cultivo de banana no mundo é afetada com um complexo de doenças foliares conhecidas como Sigatokas, desde 1902. Entre os agentes deste complexo, a Sigatoka Negra, causada por Mycosphaerella fijiensis, é reconhecidamente como a de maior severidade em determinadas condições e teve uma ampla dispersão pelo mundo, estando presente em quase todas as regiões produtoras, com a exceção da Austrália que obteve um caso de sucesso na contenção do avanço da doença e o retorno do status para área livre do patógeno. No continente americano, está identificada desde 1972, partindo de Honduras, e chegando ao Brasil em 1998, onde foi descrita pela primeira vez no Estado do Amazonas. A biologia do patógeno Mycosphaerella fijiensis é caracterizada, sendo descritos os sintomas provocados, bem como as condições para o seu desenvolvimento e a importância da observação das variáveis ecológicas no sistema produtivo. O manejo para o controle da doença é apresentado, onde se caracteriza o patossistema envolvido para a enfermidade, sendo abordada a nova perspectiva de ampliação de hospedeiros para o patógeno. São então descritas algumas das práticas empregadas para o enfrentamento da enfermidade dentro da perspectiva agroecológica de condução da cultura. Assim, o emprego de cultivares resistentes, os efeitos das práticas agroecológicas sobre o desenvolvimento da cultura, a indução da resistência sistêmica, de resistência não hospedeira, os efeitos das barreiras físicas e químicas, além dos tipos de defesas ativas rápidas e defesas ativas atrasadas são descritas. Não obstante, também são também abordados neste trabalho de revisão: o manejo da cultura em sistema agroflorestal, onde são relatados os mecanismos de regulação da riqueza vegetal sobre a Sigatoka Negra e todo o efeito positivo da diversidade vegetal sobre a tolerância das plantas de Musa sp. à enfermidade; o efeito da prática controlada da desfolha da bananeira como eficiente técnica de manejo para redução de fonte e dispersão de inóculos na cultura, do emprego de produto preparado a base de TTO derivado de Melaleuca alternifolia contra hifas de M. fijiensis em folhas de banana e sua capacidade curativa de atuar sobre estágios avançados da enfermidade (estágios 4 e 5), e ampla descrição do emprego de alguns agentes de controle biológico microbiano(MBCAs), como o Trichoderma harzianum, o Bacillus tequilensis EA-CB0015 e Bacillus pumilus CCIBP-C5.