Diodia saponariifolia, planta de cobertura espontânea do solo em cultivo orgânico do milho.
Zea mays, fungos micorrízicos arbusculares, agrobiodiversidade
As plantas de cobertura viva do solo são essenciais para a manutenção da biodiversidade planetária. Todavia as plantas de cobertura não somente oferecem benefícios em prol da conservação da natureza, há também o papel relevante de beneficiar os sistemas de cultivo quanto a melhoria na fertilidade do solo. Com isto, este estudo se faz pertinente quanto à exploração da diversidade funcional que as plantas de cobertura viva espontâneas “groundcover” oferecem ao agroecossistema. O ensaio exploratório foi desenvolvido em um sistema orgânico horta-floresta sobre Latossolo Amarelo no Assentamento São José da Boa Morte, no município de Cachoeiras de Macacu/RJ, onde se encontra um dos pólos produtivos da agricultura familiar fluminense; no qual a emergência espontânea de uma planta de cobertura viva do solo, a espécie D. saponariifolia (DS), tornou se um instrumento de pesquisa sob a valorização do saber e da biodiversidade local. Para isto fez se necessário a demarcação dos tratamentos in situ, de acordo com a ocorrência da DS ao longo do sistema horta-floresta. Desta forma foram delimitados dois tratamentos: (I) - a DS como cobertura viva espontânea (CVE) sob o cultivo do milho (CD) e (II) a ausência da mesma sob o cultivo do milho (SD). O objetivo geral deste trabalho foi contribuir com a avaliação das diversidades funcionais que a espécie Diodia saponariifolia como CVE possa vir a oferecer ao sistema de cultivo. Para isto foram avaliadas: a fertilidade do solo; a contribuição da DS na nutrição e produtividade do milho, assim como a interação com a comunidade de fungos micorrízicos arbusculares (FMAs). Neste estudo se encontra o primeiro relato da simbiose micorrízica entre a DS e os FMAs. De forma geral, a cobertura de DS apoiou com o provimento de nutrientes para o cultivo do milho, tanto através da ciclagem de nutrientes quanto sob a via simbiótica junto aos FMAs.