A experiência do MPA (Movimento do Pequenos Agricultores) no tema das sementes crioulas no Estado do RS.
Movimento social
sementes crioulas
Unidade de Beneficiamento de sementes
Rio Grande do Sul
RESUMO
O Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) nasceu em 1996 no Rio Grande do Sul no auge da implementação das políticas neoliberais no Brasil. Observava-se que, os Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina sofriam, na época, adversidades climáticas bem como constatava-se uma crise de identidade e representatividade, visto que o modelo sindical da época não representava mais a classe trabalhadora do campo bem como não dialogava horizontalmente com os dirigentes sindicais ligadas a FETAG (Federação dos Trabalhadores na Agricultura) e com o departamento rural da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Em 12 e 13 de dezembro de 1988, em Brasília, o MPA foi institucionalizado nacionalmente com a presenças de lideranças de sete Estados Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Rondônia, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Paraná e Piaui. Este fato tornou-se importante para a história do MPA, pois ele ocorre devido os dirigentes perceberem que as dificuldades no campo como o empobrecimento e a marginalização estavam presentes em todos Estados, porém com características diferentes de exploração pelo capitalismo no campo, fruto do modelo neoliberal implantado na América. Neste sentido o movimento se compromete em estudar este tema e formular uma nova proposta de modelo de agricultura para o campo Brasileiro.
O MPA assume no plano camponês algumas tarefas imediatas para alcançar a soo MPA assume no plano camponês algumas tarefas imediatas para alcançar a soberania genética e alimentar do Brasil: - recuperar as sementes, raças e mudas, em suas variedades, diversidade e em quantidades significativas; - buscar e desenvolver técnicas populares e replicáveis para recuperação, armazenagem, conservação e melhoramento desta base genética; - buscar e garantir autonomia científica e tecnológica na produção e melhoramento de sementes e material genético, bem como das pesquisas e dos conhecimentos científicos necessários; - divulgar as experiências existentes visando construir e reconstruir uma cultura de resgate, conservação, melhoramento e multiplicação de sementes, raças e mudas sob controle popular camponês a soberania genética e alimentar do Brasil: - recuperar as sementes, raças e mudas, em suas variedades, diversidade e em quantidades significativas; - buscar e desenvolver técnicas populares e replicáveis para recuperação, armazenagem, conservação e melhoramento desta base genética; - buscar e garantir autonomia científica e tecnológica na produção e melhoramento de sementes e material genético, bem como das pesquisas e dos conhecimentos científicos necessários; - divulgar as experiências existentes visando construir e reconstruir uma cultura de resgate, conservação, melhoramento e multiplicação de sementes, raças e mudas sob controle popular camponês.
O objetivo geral deste estudo é sistematizar a experiência que o Movimento dos Pequenos Agricultores acumulou ao logo de sua trajetória no campo da soberania genética, em especial o trabalho com as sementes crioulas no Estado do Rio Grande do Sul, que gerou para além de muitos debates e avanços no trabalho de base a construção de uma Unidade de Beneficiamento de sementes crioulas no Estado no ano de 2015.