Cultivo do jambu em canteiros com compostagens laminares realizadas com resíduos orgânicos disponíveis na Amazônia Oriental
Adubação orgãnica, Spilanthes acmella, agroecologia.
O jambu é uma das principais hortaliças da região Norte do Brasil e o seu cultivo em sistema orgânico demanda a utilização de fertilizantes que podem ser obtidos por meio do aproveitamento de resíduos localmente disponíveis. A compostagem laminar destaca-se como alternativa para processar estes resíduos visando adequá-los para sua utilização agrícola, pois ela é um processo de baixo custo e mantém o solo coberto. O objetivo geral deste trabalho foi realizar estudo de caso em uma unidade de produção familiar, afim de comprovar a viabilidade da compostagem laminar de resíduos localmente disponíveis visando a obtenção de fertilizantes destinados a um sistema orgânico de produção do jambu. O estudo foi realizado em uma unidade produtiva familiar-UPF, localizado no município de Igarapé Açu, estado do Pará. O composto laminar foi constituído pela mistura de pena de frango, cinza e caroço de açaí, sendo avaliadas diversas características aos zero, 30, 60 e 120 dias de compostagem, como: pH, condutividade elétrica, teores de C, N, P, K, Ca, Mg, relação C:N, emissões potenciais de CO2 e de NH3. Além das características do composto, também foram realizadas análises de fertilidade de solo nas parcelas que receberam o composto. O experimento de produção de jambu avaliou o efeito de diferentes tempos de compostagem, sendo zero, 30, 60 e 120 dias antes do transplantio das mudas de jambu, além de um tratamento testemunha sem aplicação de compostagem laminar. A colheita do jambu foi realizada após 60 dias do plantio das mudas, avaliando-se o desenvolvimento da hortaliça por meio das características peso fresco das plantas, número de flores e comprimento da raiz. A maioria das características avaliadas no composto e no solo apresentaram efeitos altamente significativos em função do tempo de compostagem laminar, com exceções das características teores de C e de P para o composto laminar e N e de P para o solo, mas cujos efeitos apresentaram níveis de significância próximos de 6,0 %. Foi no tempo zero da compostagem laminar quando se observou que o solo apresentava as melhores condições para o desenvolvimento do jambu, como maior pH, menor teor de Al e maiores teores de nutrientes, como N, Mg e K. O peso das plantas, o número de flores e o comprimento da raiz das plantas de jambu foram altamente significativas, sendo que as melhores respostas foram observadas no tempo zero da compostagem laminar. Estes resultados comprovam a viabilidade agronômica da compostagem laminar de resíduos orgânicos na utilização de sistemas orgânicos de produção do jambu.