Substratos Alternativos Para Mini Estaquia de Plantas Ornamentais
estaquia; substrato; propagação.
Com o declínio da produção de citros, especulação imobiliária e falta de política para o setor de fruticultura, o arranjo produtivo na região mudou, principalmente no município de Itaboraí. Conhecido como cidade dormitório por estar muito próximo da capital, a área rural, as grandes propriedades, foram dando lugar as pequenas propriedades e se instalando outros modelos de produção. Dentre elas a agricultura familiar com fruticultura e culturas anuais e a floricultura, esta também ganhou força e já colocou o município como o segundo produtor de flores de forração do Estado, entretanto a atividade ainda sofre com a falta de tecnologia, assistência técnica, o conhecimento da realidade e do potencial do setor pelos agentes financiadores, não deixam a atividade avançar. Tendo o conhecimento de algumas práticas usadas para a produção de mudas pelos produtores locais, observamos a possibilidade de montar um experimento para avaliar o desenvolvimento de três espécies de plantas – Ixora coccinea L. var. compacta, Lantana camará e Bougainvillea spectabillis, em três leitos de enraizamento: espuma fenólica, substrato orgânico e o barro, este último comumente já utilizado na região, de modo que o resultado final seja um produto que ofereça uma maior otimização da produção de mudas de maneira sustentável. O experimento foi realizado no Horto Estação Verde, situado na estrada de Montevidiu, Pacheco – Itaboraí/RJ. As espécies foram escolhidas devido as características comuns apresentadas entre elas, como a rusticidade, crescimento rápido, variedades de cores, o que confere a essas plantas um alto valor ornamental sendo amplamente utilizadas em projetos paisagísticos. Foram utilizadas mini estacas semi-lenhosas de 15 cm, de 3 a 6 gemas com corte em bisel na parte superior e inferior. As estacas de “mini ixora”, “lantana camará” e “bougainvillea”, foram desinfestadas em solução higienizante de hipoclorito em uma diluição de 1:4 e foram retiradas as folhas. O experimento foi conduzido em casa de vegetação, utilizando o delineamento blocos ao acaso, sendo três unidades experimentais com 10 estacas por unidade experimental X 3 espécies, X 3 substratos, totalizando 270 estacas. Não foram utilizados reguladores de crescimento. A irrigação foi por microaspersão, em 4 turnos de 3 minutos cada um, com um volume de 8 mm/dia. As minis estacas foram coletadas em dois locais diferentes. Após 92 dias após o plantio foram avaliadas as variáveis - o número de estacas vivas, número de estacas com brotação, número de estacas enraizadas, número de raízes por estacas, comprimento da maior raiz e número de brotação de cada estaca. As espécies vegetais empregadas no experimento apresentaram performances diferentes frente aos tipos de substratos utilizados para enraizamento. Observou-se para o parâmetro “estacas enraizadas”, que os tratamentos referentes a espécie Ixora, sobre qualquer um dos substratos testados, não alcançou sucesso no enraizamento. Fato que pode estar associado a fisiologia da própria variedade de ixora utilizada no ensaio. Contudo, os resultados “estacas enraizadas” de Lantana camara; e Bougainvillea spectabillis, indicam a possibilidade dos substratos organomineral e espuma fenólica serem alternativas ao barro, na medida não diferem estatisticamente. Considerando que o uso do barro tem consequências ambientais diante de sua extração mineral, substratos alternativos sustentáveis devem ganhar mais incentivos em pesquisas.