CONDIÇÕES AMBIENTAIS E DE MANEJO PARA A PRODUÇÃO DE ESPÉCIES ESPONTÂNEAS E TRADICIONAIS ALIMENTÍCIAS EM PARATY-RJ
Plantas espontâneas; agricultura urbana; segurança alimentar; agroecologia.
As plantas espontâneas alimentícias são aquelas que nascem mesmo sem cultivo em canteiros de hortas, jardins, áreas de roça ou até mesmo entre concretos de calçada. Algumas plantas são nativas, porém muitas foram trazidas junto com plantas comerciais introduzidas no Brasil e se naturalizaram. Essas plantas, além de ter potencial alimentício possuem também um grande valor medicinal e são utilizadas tradicionalmente em muitas regiões do Brasil. Por serem espécies generalistas são capazes de prosperar numa ampla variedade de condições ambientais, sendo por tanto de fácil adaptação e disseminação. Resgatar o uso e fomentar a utilização dessas espécies de plantas, a fim de contribuir para a segurança e soberania alimentar, e despertar o conhecimento sobre a diversidade agrícola espontânea tradicional silvestre, tem importância muito significativa. Com a intenção de reconhecer a importância dessas plantas, o presente trabalho realizou um levantamento das principais plantas surgidas e cultivadas, em uma área de quintal urbano de 180 m2. O levantamento foi realizado com base na identificação das espécies que surgem nesse espaço de quintal, onde foram observados os diversos fatores que qualificaram essas espécies como grandes contribuintes da subsistência familiar e promotoras da segurança e soberania alimentar. Com a caracterização dessas plantas, foi possível identificar também seus benefícios ecológicos e o seu favorecimento no ambiente de surgimento. A biodiversidade silvestre alimentícia nos apresenta inúmeras espécies possíveis de nos alimentar, que nos garante autonomia e qualidade nutricional. O desinteresse por esse saber é resultado de um modo de vida incentivado pela globalização, que gerou a busca preferencial por alimentos industrializados. No propósito de promover e valorizar essas plantas, esse trabalho realizou um experimento de adubação com Lactuca serriola , identificadas no levantamento, com características favoráveis de adaptação, de propagação, produtividade e potencial alimentício. O experimento foi realizado na mesma área do levantamento das espécies, sendo monitorado o desenvolvimento da Lactuca serriola em seu surgimento espontâneo. Foram mapeadas (20) plantas surgidas aleatoriamente dentro da área de 180m², no período de agosto de 2018 a maio de 2109. Para a avaliação de respostas sobre seu desenvolvimento e produtividade, utilizou-se nesse experimento dois tratamentos, (10) plantas receberam adubação orgânica e (10) plantas não receberam. Foram feitas análises do solo da área e do adubo utilizado. As respostas observadas , demonstram diferença somente no número de folhas, não sendo observado diferenças significativas nas demais características observadas.