Prospecção de Microrganismos para Controle de Fungos em Sementes da Cultura da Soja
antibiose, bioprospecção, manejo de doenças.
A soja é uma das culturas mais importantes na economia brasileira. Essa cultura se expande facilmente em termos de área cultivada e produtividade. Contudo, essa expansão aumentou as perdas causadas por pragas e patógenos o que pode levar à uma substancial redução na produtividade da cultura. O gerenciamento do ataque de fungos em sementes na cultura da soja é uma tarefa complexa, no qual o controle baseia-se principalmente no uso de pesticidas químicos. Em virtude do efeito destes na redução de células viáveis de bactérias para nodulação, bem como, do sério problema que o uso desses produtos representa para meio ambiente, novos estudos se fazem necessários para viabilizar o uso de estratégias integradas de manejo de doenças e pragas. No Brasil, estima-se que mais de 90% das lavouras de soja fazem uso de fungicidas para tratamento de sementes, no qual a incompatibilidade entre o tratamento de sementes com determinados fungicidas e o uso de inoculantes tem sido considerada um problema relacionado a redução FBN na cultura da soja do país. Diante do exposto, o trabalho teve por finalidade selecionar e avaliar bactérias antagônicas a fungos que atacam sementes de soja no momento da germinação. Foram triadas cerca de 877 estirpes dos gêneros Pseudomonas, Bacillus e Paraburkholderia e avaliados seus efeitos antagônicos contra os fungos F. piperis, F. semitectum, P. sojae, C. cassiicola, S. sclerotiorum, A. flavus, R. solani, Cladosporium sp. e Pleosporales. Das estirpes avaliadas duas foram selecionadas, BR 10788 e BR 11793, para avaliações a nível de casa-de-vegetação. Estas se mostraram capazes de inibir o ataque dos fungos as sementes e propociaram melhor emergência das plântuas em comparação tanto ao tratamento controle quanto ao tratamento químico. Dessa forma, tem-se que estirpes de Bacillus e Paraburkholderia possuem potencial para tratamento de sementes de soja em substituição ao tratamento químico de sementes tornando uma opção atrativa uma vez que além de diminuir o potencial de ataque desses patógenos, garante patamares mais elevados de FBN.