Banca de DEFESA: RAMON ALVES MALTA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : RAMON ALVES MALTA
DATA : 17/02/2020
HORA: 09:30
LOCAL: Salas Defesas, 6º andar.
TÍTULO:

A Colonialidade do Poder no Baixo Sul da Bahia: As Estratégias de Poder dos Grupos Econômicos e a Luta do Campesinato Negro por Território.


PALAVRAS-CHAVES:

Colonialidade, Campesinato Negro, Capital turístico-imobiliário, Violência antinegra, Ilha de Boipeba.


PÁGINAS: 150
RESUMO:

Esta investigação toma como lócus, o Projeto Turístico Imobiliário da Ponta dos
Castelhanos, localizado ao Sul da Ilha de Boipeba. O universo da pesquisa abrange duas
comunidades, situadas na Ilha e no continente, respectivamente a Comunidade de São
Sebastião no município de Cairu e a Comunidade de Barra dos Carvalhos que pertence
ao município de Nilo Peçanha, ambas situadas no Território do Baixo Sul da Bahia. O
conflito inerente a tal Projeto não é o objeto de análise, busca-se observar alguns
aspectos de sua manifestação para evidenciar e compreender o poder e a dominação, a
fim de subsidiar a questão a ser analisada, que se dedica a entender como a violência
anti-negra, que é exercida diretamente por estes agentes locais, conforma um
componente fundamental do rentismo no Baixo Sul. O universo empírico centraliza-se
no caso de 54 camponeses desterritorializados do Sul da Ilha de Boipeba, que possuem
residência no continente e traça conexões entre este caso, que envolve mais camponeses
de Barra dos Carvalhos e a ação do rentismo, travestido sob a forma de projeto turístico.
O conflito socioambiental ganhou visibilidade na última década e envolve uma série de
desdobramentos motivadas pela especulação turística e imobiliária. A área de estudo,
destaca-se pelo seu patrimônio natural, diversidade biológica, mata atlântica,
manguezais, recifes de corais, ambiente marinho, e por uma diversidade cultural,
presente graças as territorialidades dos Povos e Comunidades Tradicionais, sobretudo
ribeirinhos, aqui consideradas como campesinato negro. O campo teórico de
investigação, preconiza a Ecologia Política Latino-Americana e o campo de Estudos
Decoloniais, a partir da abordagem da colonialidade do poder onde a raça e o racismo
são categorias centrais. Adotou-se a observação participante, como método, lançando
mão de entrevistas abertas em profundidade e semi-estruturadas, além do uso de mapas,
fotografias e auxílio de software sphinx. O primeiro capítulo é destinado a uma rápida
evolução histórica do Baixo Sul e um debate sobre a colonialidade, dando pistas sobre
as relações de poder que predominou no território. O segundo capítulo se dedica a
levantar aspectos de como o Estado, sobretudo o judiciário expressa a colonialidade ao
se apresentar e se relacionar com as elites e as populações camponesas locais, para
entender as estratégias de poder e dominação que grupos econômicos exercem no Baixo
Sul e seu protagonismo na continuidade das situações coloniais - entendida aqui como
colonialidad. O capítulo 3 busca verificar de que modo a violência antinegra tem sido
exercida a fim de viabilizar o turismo elitizado e o branqueamento territorial, num
contexto territorial marcado pela grande produção de gêneros alimentícios oriundos da
pesca e da agricultura que constitiu esse campesinato.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 386539 - NELSON GIORDANO DELGADO
Interna - 1432841 - CLAUDIA JOB SCHMITT
Externo à Instituição - JOSE RENATO SANT''''ANNA PORTO
Notícia cadastrada em: 29/01/2020 15:57
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