Tendência temporal e regime hidrotérmico da camada ativa do permafrost na Antártica, e sua relação com os eventos climáticos de grande escala.
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O permafrost, juntamente com a camada ativa, são um dos componentes mais importantes da criosfera. Neste contexto, o objetivo geral deste estudo, foi analisar a tendência temporal de seis sítios de monitoramento hidrotermal localizados na Antártica Marítima e Peninsular. Além de avaliar minuciosamente, o regime hidrotérmico dos solos desses sítios e de verificar as correlações, entre eventos climáticos de grande escala e as temperaturas do solo. Para tendência temporal, utilizou-se o método de Mann-Kendall, mas com abordagens diferentes em cada capítulo. A espessura da camada ativa (ALT), foi estimada de acordo com a temperatura máxima mensal ao atingir 0 °C. O ENSO (El Niño - Oscilação Sul) e AAO (Índice de Oscilação Antártica), foram escolhidos para gerar as correlações (Spearman), entre os eventos climáticos de grande escala e o regime térmico do solo. No capítulo 1, foi possível utilizar dados de neve e precipitação pluvial, para subsidiar hipóteses sobre o regime hídrico do solo. A dinâmica da camada ativa e o regime térmico, foram influenciados pelos efeitos locais de cada sítio, como em Deception, com bastante influência das atividades geotérmicas. Destacase o estado isotérmico, como processo marcante, com sentido crescente em profundidade nos sítios de Fildes, Low Head, Deception e Hope Bay, no verão, outono e inverno. De forma geral, os seis sítios apresentaram tendências nas diferentes escalas analisadas. A espessura média da camada ativa, foi de 92,6 cm (Fildes), 115,6 cm (Low Head), 88,3 cm (Deception), 142,7 cm (Hope Bay), e 94,2 (Seymour). A umidade e a textura do solo, também exerceram controle sobre os períodos de congelamento e descongelamento, na intensificação do efeito de cortina zero e na transmissão de energia no perfil do solo. As séries temporais, foram bem correlacionadas com o ENSO e AAO. Com maior intensidade, pelo forte El Niño (2015/2016), e La Niña de classe moderada em 2011, com ocorrência de invernos rigorosos e verões muito quentes, com efeito também no ponto de mudança brusca da reta de tendência.