Avaliação da técnica de anestesia local por tumescência comparada com infusão continua de fentanil em gatas submetidas a mastectomia
Palavras- chave: gatos, anestesia local, neoplasia mamária
A cirurgia de mastectomia é considerada um procedimento doloroso e cruento, sendo de suma importância uma técnica de analgesia eficaz para diminuir os planos anestésicos profundos. Objetivamos comparar a eficácia analgésica da técnica de tumescência com a técnica padronizada de infusão contínua de fentanil para mastectomia em gatas. Foram selecionadas 20 gatas com tumores mamários sem restrições quanto ao peso e a idade. Em todos os animais foi realizada a tricotomia da região mamária e das veias cefálica e jugular. Após 15 minutos, foi realizada punção da veia cefálica, indução com propofol (5 mg.kg-1) pela via intravenosa (IV) e em seguida a intubação orotraqueal e manutenção anestésica com isoflurano. Os animais foram distribuídos aleatoriamente em dois grupos de 10 animais. Os tratamentos foram realizados sem conhecimento do anestesista que conduziu o procedimento anestésico. O grupo tumescência (GT) recebeu 15 mL.kg-1 de solução tumescente de lidocaína a 0,32% infiltrada no tecido subcutâneo. O grupo fentanil (GF) recebeu bolus inicial de 2,5 mcg/kg por via intravenosa lenta de citrato de fentanil e logo em seguida, foram mantidos em infusão continua na taxa de 10 mcg/kg/horas. As variáveis fisiológicas [FC, f, PAS, temperatura retal, oximetria (SpO2), capnografia (EtCO2) ] e gases anestésicos expirados foram avaliados durante todo o procedimento. Após o término do procedimento cirúrgico os animais tiveram seus escores de dor avaliados em intervalos de uma hora através de uma escala multidimensional até o tempo máximo de seis horas. O resgate analgésico foi feito com 0,3 mg.kg-1 de cloridrato de metadona (IM) associado ao meloxican na dose de 0,15 mg.kg-1 pela via subcutânea (SC). Concluímos que as duas técnicas de anestesia foram eficazes para promover analgesia satisfatória nos momentos trans-operatórios, entretanto a técnica de tumescência demostrou analgesia pós- operatória mas prolongada em gatas submetidas a mastectomia, sem causar risco e interferir na cicatrização cirúrgica.