RELAÇÕES DE GÊNERO NA AGRICULTURA FAMILIAR:
UMA EXPERIÊNCIA PEDAGÓGICA NO CURSO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA DO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO CEARÁ/CAMPUS CRATO.
agricultura familiar, relações de gênero, técnico em agropecuária
FERNANDES, Francisete Pereira. Relações de gênero na agricultura familiar: uma experiência pedagógica no curso Técnico em Agropecuária do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará. 2018. 149f. Dissertação (Mestrado em Educação Agrícola) Instituto de Agronomia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ. 2018.
O presente estudo buscou avaliar os impactos de um projeto de ensino que parte das relações de gênero na agricultura familiar para refletir a formação de estudantes do curso Técnico em Agropecuária do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, campus de Crato, a cerca das relações de gênero. Devido às particularidades desse trabalho, utilizou-se de uma abordagem qualitativa, em função de possibilitar uma melhor análise e interpretação das impressões registradas pelos(as) participantes a partir de suas concepções e avaliar os impactos que ocorreram em suas ideias a partir de um projeto de ensino. Considerando que a pesquisa envolveu uma atividade de ensino, constituída de visitas técnicas em propriedades rurais, com estudantes do referido curso, tanto na forma integrada ao ensino médio como na forma subsequente, o estudo se aproxima de uma pesquisa ação, mas também é caracterizado como pesquisa documental, pois investigamos o Projeto Pedagógico do curso Técnico em Agropecuária. Utilizou-se para a investigação das concepções dos participantes de aplicação de questionário a uma amostra de estudantes do referido curso. Dando continuidade ao projeto de ensino e buscando averiguar os impactos do mesmo, ocorreu após as visitas técnicas às propriedades rurais, grupos de discussão com os participantes. Os dados obtidos por meio da pesquisa foram analisados a posteriori tomando como base a teoria da Análise de Conteúdo de Bardin (2016). Os resultados foram apresentados por meio de tabelas e discussões que reafirmaram considerações realizadas ao longo desse estudo, as quais enfatizam que ainda está presente, nas concepções dos participantes, um pensamento permeado de preconceito de gênero, principalmente em relação ao trabalho da mulher no meio rural, mas que ao ser discutido e refletido por meio de uma ação sistemática, perde a ênfase de uma desigualdade naturalizada, ancorada nas diferenças sexuais para assumir o tom de desigualdades construídas socialmente, as quais ainda se sustentam no princípio da força física para resguardar certos destaques a figura masculina.