Pedagogia em Fuga – A Travessia das Fronteiras do Saber
Pedagogia; Fuga; Literatura; Arte; Conhecimento.
Este trabalho trata das questões concernentes a importância da arte, em especial da literatura, para a formação humana, tomando como pressuposto o entrelaçamento indissociável entre arte, vida e conhecimento. Para tanto, utiliza-se como metodologia de trabalho a narrativa de situações cotidianas referentes ao trabalho na Educação Infantil bem como a problematização das diversas situações que implicaram na feitura desta pesquisa em si. É a partir do entrave entre pesquisa e pesquisadora que surge a construção do Lugar de Fuga, entendido, por hora, como o espaço de conflito entre os variados papeis sociais que somos levadas a assumir e as estratégias de (sobre)vivências que vão sendo criadas no caminho. Estas estratégias, aqui, são sempre cunhadas na arte. A arte é então um lugar amplo de saber que pode “borrar” os limites entre a realidade, o tempo e a produção capital. Cada sujeito em sua relação com o mundo e, portanto, com a cultura (principalmente a cultura local) encontra (mesmo inconscientemente) seu Lugar de Fuga. Este Lugar não pode, senão, entrelaçar-se a Arte, esta a quem, ao longo dos séculos, vem sendo colocada (principalmente pela sociedade capitalista) como um excedente do capital, na medida em que a ela é destinada o lugar do ócio e da improdutividade. A partir das experiências narradas e das análises das mesmas e, a partir da contribuição da psicanálise e da filosofia, percebe-se que o Lugar de Fuga é o que faz o sujeito apropriar-se de si e transbordar-se para além das fronteiras do Ser, do Estar e do Saber. A partir deste pressuposto, faz-se urgente uma pedagogia que abarque as mais diversas formas de arte como constituinte real e indispensável à formação dos sujeitos; uma pedagogia que valide que fugir é, em grande medida, viver.