“NOSSOS MORTOS TÊM MÃES”: uma etnografia das mães e familiares de
vítimas de violência do Estado na Baixada Fluminense
Baixada Fluminense; Mães e familiares de vítimas de violência do Estado; Violência estatal; Luto e
luta;
O foco deste estudo é se debruçar sobre o tema da violência na Baixada
Fluminense tendo como análise central as trajetórias das lutas das mães e familiares de vítimas de
violência letal perpetrada por agentes do Estado. Pretende-se observar as ações manejadas por esses
familiares como recurso e estratégia nas lutas pelo direito à justiça e memória. Para isso, a
metodologia utilizada para a produção da pesquisa foi através de uma etnografia da Rede de Mães e
Familiares de Vítima de Violência do Estado da Baixada Fluminense. O estudo que se desenvolve
desde minha monografia compreende não somente a associação do território da Baixada
Fluminense com o estigma da criminalidade, mas também as formas de engajamento e politização
incorporadas pelas pessoas que tiveram entes queridos assassinados pelo Estado na região.
Portanto, nesse trabalho proponho refletirmos acerca de uma especificidade no movimento das
mães e familiares da Baixada, para em seguida estudarmos as formas coletivas de luto e luta. Como
resultados das observações já propostas, percebo que existe um acionamento da categoria
“território” muito frequente nos discursos da Rede, além da configuração de uma rede de apoio entre elas, o que amplifica o compartilhamento do luto.