Etnomatemática e Educação Quilombola na Ilha da Marambaia em Mangaratiba-RJ: Conexões entre o Artesanato Local e a Prática Escolar
Etnomatemática; Educação Quilombola; Identidade Cultural Local.
O processo ensino-aprendizagem pode ser pensado em todas as suas especificidades. Nesse sentido, os conhecimentos populares e os acadêmicos, ensinados em sala de aula, podem dialogar entre si. Esta pesquisa buscará ressaltar e valorizar cada um desses saberes à sua maneira e não sendo visto em grau de superioridade entre eles. Busca-se investigar e refletir sobre as possibilidades de articulação entre práticas da cultura local e o conhecimento matemático ensinado no pela escola, visando valorizar os conhecimentos produzidos pela comunidade, dando-lhes voz com sua história, lutas e sentimentos. O problema central desta pesquisa se constitui do seguinte modo: Como a Etnomatemática pode contribuir para a aprendizagem matemática escolar e ao resgate da cultura local na educação quilombola da Ilha da Marambaia? Os objetivos são: valorizar e empoderar os conhecimentos produzidos pelos moradores levando os saberes populares locais para a prática escolar sob a perspectiva da Etnomatemática defendida por Ubiratan D’Ambrosio (2019) com o intuito de decolonizar a hegemonia dos conhecimentos levados pelo currículo escolar. Nesse sentido, busca-se desenvolver uma pesquisa qualitativa exploratória de características etnográficas, ao longo do ano letivo e da atuação como professor regente da unidade contando com visitas a comunidade nos períodos de férias escolares, cujo contato direto com os alunos ocorrerá fora do ambiente escolar. Como resultados finais pretende-se uma prática pedagógica mais próxima da realidade dos estudantes, com uma aprendizagem significativa e a confecção de um produto final que será na forma de uma Sequência Didática que interligue os temas como o Artesanato, a matemática escolar, a cultura local, a Etnomatemática, a Aprendizagem Escolar e a realidade vivenciada pelos remanescentes quilombolas.