Irmandades de Homens Pretos de São Elesbão e Santa Efigênia: memória e resistência da cultura afro-brasileira no Rio de Janeiro do século XVIII
Irmandade, Religiosidade, escravidão, Resistência, Patrimônio
A presente pesquisa visa fazer um estudo dos símbolos encontrados nos altares da Irmandade de Homens Pretos de São Elesbão e Santa Efigênia, fundada no século XVIII por escravizados, oriundos da Costa da Mina, Cabo Verde, Ilha de S. Thomé e de Moçambique. Entender porque essa irmandade que se situa na Rua da Alfândega, 219 no Centro do Rio de Janeiro, guarda elementos iconográficos em seus altares que remetem ao universo dos Bens Culturais de Matrizes Áfricas constitui-se como uma das motivações dessa pesquisa. Tais indícios permitem que se afirme que essas instituições pertencem ao campo mais amplo da cultura Afro Brasileira e são, por isso, uma importante herança de resistência da comunidade afro-brasileira. Esses suportes físicos da comunicação têm uma estrutura simbólica que lhe conferem sentido e que se estabeleceram na prática dos sujeitos que foram capazes de atuar segundo certos códigos. A igreja que abriga a Irmandade de Homens Pretos de São Elesbão e Santa Efigênia foi tombada pelo INEPAC em 2001, sob o processo de número E18/001.043/99, mas, nesse processo não há menção a nenhum dos símbolos grafados nos altares e no teto da igreja. Defende-se, dessa forma, que ocorre um silenciamento da reelaboração cultural que ali foi processada.