O silenciamento de uma língua e o apagamento da memória: A resistência cultural da língua da Tabatinga e sua perspectiva patrimonial.
Língua da Tabatinga; Patrimônio Cultural; Diversidade Linguística
Esta pesquisa buscou investigar a Língua da Tabatinga enquanto elemento de interesse cultural. Trata-se, portanto, de uma estratégia voltada para a percepção do fenômeno linguístico como produto de diversos fatores de ordem sócio-política e de resistência, discutindo as políticas de reconhecimento dos direitos linguísticos, como o Inventário Nacional da diversidade Linguística (INDL) e o Título de Referência Cultural Brasileira (RCB), através do Decreto Iphanº 3.551/2000, e do Programa Nacional do Patrimônio Imaterial (PNPI).
Para tanto, a pesquisa buscou refletir sobre os seguintes aspectos: a) compreender o uso da língua da Tabatinga nas interações sociais e o significado que ela assume no âmbito do patrimônio cultural imaterial; b) analisar o uso da língua da Tabatinga através das transformações de autoconsciência cultural de seus falantes; c) compreender a relação cultural entre a Língua da Tabatinga e o território onde é falada: o antigo Quilombo e suas dimensões, e d) analisar como a língua da Tabatinga assume um novo significado na sociedade contemporânea, a partir da adesão de novos falantes e de novas configurações de projetos políticos de âmbito nacional.
A abordagem da pesquisa contempla os campos do Patrimônio Cultural Imaterial e da Diversidade Linguística, e seu foco incide no estudo da Língua da Tabatinga e sua história social a partir de fontes históricas, utilizando conceitos formulados através da sociolinguística e da história oral.